Lugar comum, segundo o escritor Edouard Glissant, é quando um “pensamento do mundo” encontra outro “pensamento do mundo”, criando um espaço de reforço a uma compreensão que é assim ratificada. Para ele, é através da identificação dos novos “lugares comuns”, daqueles que emergem conectados a uma realidade multi-étnica, plurivocal, não etnocêntrica, que é possível construir novos parâmetros para a arte e para a vida na contemporaneidade.
O Coletivo Lugar Comum (Recife, PE) atua desde agosto de 2007, reunindo artistas de diferentes linguagens (dança, teatro, música, artes visuais, literatura). Inquietos com as dificuldades da produção em arte e suas necessidades de criação, aperfeiçoamento e troca com a sociedade, o grupo resolveu criar o Coletivo, que, desde 2011, agrega 13 artistas, que se revezam, dando aulas uns para os outros, colaborando nas criações, na produção de projetos, na discussão de textos, entre outras atividades artístico-culturais.
Conheça outras atividades realizadas pelo Coletivo Lugar Comum em sua primeira formação, através do blog: coletivolugarcomum.blogspot.com
Breve Histórico
2007 – O Coletivo Lugar Comum inicia suas atividades. Nesse ano, os artistas encontravam-se para fazer aulas, onde cada semana um integrante ficava encarregado de elaborar e ministrá-las. Esses encontros, chamados de ócio criativo, aconteciam primeiramente nas casas dos artistas, e mais tarde, na Sede da Compassos Cia. de Dança. Em algumas ocasiões, as aulas ocuparam as praças públicas e a praia de Boa Viagem. Assim, nesse primeiro momento, o Coletivo atua como um espaço de experimentação e encontro de artistas independentes, que colaboravam com as criações uns dos outros até que a proposta de uma atuação e criação conjunta se concretizou em 2008 com a aprovação de dois projetos: a montagem do espetáculo Leve e a realização do evento Conexões Criativas.
2008 a 2010 – O Coletivo foi contemplado pelo Fundo de Cultura de Pernambuco (FUNCULTURA), com o projeto Conexões Criativas e a criação do espetáculo de dança Leve. Conexões Criativas, ocorrido em 2009, resultou no encontro de coletivos artísticos, envolvendo o Lugar Comum (PE), o Núcleo do Dirceu (PI), Sua Cia (BA), Dimenti (BA), República Cênica (Campinas-SP) e a Mini-comunidade Artística Couve Flor (PA). O evento promoveu mostras de espetáculos desses grupos e coletivos e ainda promoveu discussões sobre diferentes formas de se organizar para a criação. Afinal, entender como funcionar enquanto coletivo era a inquietação do Lugar Comum, na época. Neste mesmo ano, estreou seu primeiro espetáculo, “Leve”, com duas temporadas de sucesso, a primeira no Teatro Hermilo Borba Filho em 2009, a segunda, no Centro Cultural Correios em 2010. O espetáculo participou de alguns festivais, dentre eles, o Janeiro de Grandes Espetáculos e o Palco Giratório Recife (evento do SESC) com o recurso de Áudio descrição, para cegos e pessoas de baixa visão. Em 2011, Leve entrou no circuito nacional do Palco Giratório do SESC passando por 33 cidades do Brasil. Leve já foi apresentado a cidades nas cidades de Fortaleza (CE), Cuiabá (MT), Rio de Janeiro (RJ), Osasco (SP), Manaus (AM), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO). Em Santa Catarina: Florianópolis, Blumenau, Joinville, Criciúma, Tubarão, Brusque, Itajaí, dentre outras.
2011 – Quatro anos após sua fundação, o Coletivo consolida-se na cidade e inaugura sua Sede. Nela, atualmente, aconteceram aulas regulares de Criações do Corpo com a professora Renata Muniz e Contato e Improvisação, com Liana Gesteira, além de oficinas com profissionais locais de outras localidades: Maria Eduarda Gusmão (PE), Valéria Vicente (PE), Hugo Leonardo (BA), Paulo Mantuano (RJ), Clarissa Feijó (RJ), Soraya Jorge (RJ) e Adriana Fernandes (PB). O Coletivo também é lugar comum de outros artistas da cidade, nele acontece, desde outubro de 2011 Jams de Dança mensais com música ao vivo e aberta ao público da cidade. Em 2011 houve a criação dos solos de dança OSSevaO, Topografias do Feminino, Pé de Saudade e Valsa-me, por aristas do Coletivo e desde 2012 promove a apresentação desses trabalhos no espetáculo Corpos Compartilhados.
2012 – O espetáculo Corpos Compartilhados participou do projeto Modos de Existir, um encontro de coletivos do Brasil realizado pelo SESC de São Paulo. Atualmente o espetáculo Corpos Compartilhados está realizando uma itinerância da Região Metropolitana do Recife. Em novembro de 2012 estreou o espetáculo Segunda Pele, com temporada de um mês na Casa Mecane e apresentou o espetáculo no 18º Janeiro de Grandes Espetáculos.
2013 – O Coletivo está realizando o projeto de manutenção de pesquisa “A Voz do Movimento” que vai realizar um ano de atividades pratico-teoricas e com criação de novas performances em dança. E também está desenvolvendo o projeto “Contato Coletivo – Encontro de Contato Improvisação Recife” com realização de Jams de Dança todo mês e culminando em um encontro em outubro.