Maria Agrelli

Oiê… Eu sou Maria Agrelli. Comecei a fazer balé clássico aos 9 anos e aos 18 resolvi parar de dançar (tudo mentira), aos 21 estava dançando profissionalmente no Grupo Experimental, cia de dança contemporânea aqui de Recife e onde vivi intensamente por um período de 6 anos. Saí do Experimental para realizar um sonho, junto com outros artistas, de criar, pesquisar e cair num buraco sem saber se tinha fim… foi nesse momento que nasceu o Coletivo Lugar Comum, em junho de 2007! Nesse mesmo ano, e mais uns dois anos seguintes, eu iniciei um namoro e dancei com muita gente legal daqui da terrinha: Ivaldo Mendonça, Maria Paula Costa Rego (Grupo Grial) e Raimundo Branco (Compassos Cia de Danças).

Ah, esqueci de dizer que me formei em Design de Moda e passei a me interessar pela criação de figurino, hoje mexo com isso também!

Então… no Lugar Comum surgiu Leve, nosso primeiro filho, e meu primeiro figurino solo. Participei da criação e concepção, dancei e ainda hoje danço Leve – o espetáculo já se apresentou por Pernambuco, mais umas 40 cidades pelo Brasil, passou pelo Uruguai, Chile e Argentina. Foi nesse processo de criação que fui entendendo meu jeito de mexer, meus impulsos criativos e algumas qualidades, escolhas, afinidades e padrões de movimentos. Até hoje lembro e sinto essas sensações de descoberta no meu corpo. Acho importante colocar isso num currículo 😛

Falando em aprendizados… fiz a Pós-graduação Prática e Pensamentos do Corpo da Faculdade Angel Vianna e Compassos Cia. de Danças. Lá nasceu Pé de Saudade (2011), um solo incorporado no repertório do Lugar Comum, mas que foi criado para a conclusão do curso e que atualmente encontra-se em fase de transposição para uma videodança. No Coletivo criamos um outro espetáculo chamado Segunda Pele (2013) e que já já vai voltar em temporada… Nessa obra também assino o figurino junto com mais duas lindezas (Maria Ribeiro e Juliana Beltrão). Ainda pelo Coletivo, atuo como artista-criadora em Motim e no espetáculo A Voz do Movimento, resultado de uma pesquisa realizada em 2013. E por falar em pesquisa, ao todo já vamos em 3: a primeira eu acabei de mencionar, depois teve Trânsito Coletivo em 2014 e agora, acabamos de aprovar um projeto para a realização de Cicatriz do Esquecimento. Uma das coisas mais maravilhosa dessas pesquisas teórico-práticas e de outras ações que promovemos dentro do Coletivo são encontros com outros artistas… Já tive o prazer de fazer oficina com Carlos Simioni do Lume Teatro (SP) e Soraya Jorge (RJ), de participar de 3 residências artísticas, a primeira com Michele Moura (PR), Michelline Torres (RJ), e a última Dudude Herrmann (MG). De trocar com Luís Roberto (PE) e Kiran Gorki (PE) na preparação corporal de Segunda Pele e Motim. Nas oficinas de Contato Improvisação participei de aulas com os professores Ricardo Neves (SP), Paulo Mantuano (RJ), Hugo Leonardo (BA), Camillo Vacalebre (Ita). Na oficina de Contato Autêntico com Guto Macedo (RJ) e Soraya Jorge (RJ), de Corpo Cômico com Arilson Lopes (PE), de Bufão com Joice Aglae (BA).

Hoje, na sede do Coletivo Lugar Comum, eu Silvinha e Renata damos aulas no projeto Multiplicando Olhares Sobre o Corpo que Dança para pessoas cegas, de baixa visão e pessoas sem deficiência visual aparente. Para nos inspirar e orientar nessas aulas fizemos uma imersão com a bailarina do Gira Dança Joselma Soares de Natal.

Ahhh… uma coisa que não posso esquecer porque me orgulho muito disso é que sou a jardineira e a coordenadora do núcleo do espaço do Coletivo: eu sou responsável pelos agendamentos de ensaios, compra dos materiais de limpeza e outras coisinhas da nossa sede.

Junto às atividades do Lugar Comum, entre um respiro e outro, faço figurinos para um tanto de grupos pelo estado de Pernambuco. No início de 2015 participei da oficina Butoh-MA com o mestre Tadashi Endo (Butoh Center Mamu), recentemente participei como encenadora da criação do espetáculo teatral intitulado Las Mariposas do Grupo NEXTO (Núcleo de Experimentação em Teatro do Oprimido), e há pouco tempo, no finalzinho de 2015, iniciei aulas de Tai Chi Chuan.

Maria Agrelli