o corpo coletivo
O Coletivo Lugar Comum (Recife, Pernambuco, Brasil) atua desde agosto de 2007, reunindo artistas de diferentes linguagens (dança, teatro, música, artes visuais, performance e literatura). É um espaço para troca de saberes diversos na busca de propostas que tenham a potência de transformar(nos), esteticamente, politicamente, culturalmente e artisticamente. Hoje agrega 14 artistas, que se revezam, dando aulas uns para os outros, colaborando nas criações, na produção de projetos, na discussão de textos e ideias, na realização de eventos e oficinas, entre outras atividades artístico-culturais.
nossa cartografia corpo pensamento
O Coletivo Lugar Comum surgiu em 2007, primeiramente de artistas da dança que estavam atuando independentes na cidade e queriam construir um lugar de compartilhamento e troca de ideias, de experiências, de aulas e de questões ligadas a criação. Artistas que se juntaram para encontrarem outros pares, um ambiente de trocas mais frequente, mas sem precisar ter um diretor ou coreógrafo, possibilitando a liberdade e flexibilidade para os artistas integrantes poderem realizar trabalhos dentro e fora do coletivo.
Em 2011 o Coletivo passou a ter outra formação de integrantes agregando um grupo de artistas com atuação em diferentes linguagens (dança, teatro, performance, música, literatura, artes visuais) e também produtores. Grande parte dos integrantes desse segundo grupo já tinha uma relação de convivência por amizade, afetividade. Outros foram criando essa relação ao longo do convívio na trajetória do coletivo. Hoje somos 14 integrantes.
O Coletivo se propõe a ser uma alternativa às formas de organização e gestão de grupo centralizadoras e hierarquizadas e atua com um pensamento de criação colaborativo. Nossa atuação política é no entendimento da arte como vida, construindo assim outras relações de trabalho e de modelos de criação, que sejam coerentes com a visão de mundo de cada integrante.
Ter um ambiente de criação formado por pessoas que investem na arte como profissão e com eles poder partilhar idéias, inseguranças, crises, conquistas, questionamentos, experiências, garante um sentimento de alteridade e cumplicidade importante para estar no mundo. O Coletivo Lugar Comum é formado por pessoas que acreditam no afeto como força, como construção. E nesse sentido, criar um coletivo de pessoas onde se possa afetar e ser afetado é indispensável para viver.
Lugar Comum, segundo o escritor Edouard Glissant, é quando um “pensamento do mundo” encontra outro “pensamento do mundo”. Para ele, é através da identificação dos novos “lugares comuns”, daqueles que emergem conectados a uma realidade multiétnica, plurivocal, não etnocêntrica, que é possível construir novos parâmetros para a arte e para a vida na contemporaneidade. É a partir desse encontro de comuns, com suas singulardades e diferenças, que o Coletivo Lugar Comum constroe sua existência diária.